domingo, 23 de dezembro de 2012

ODIODEPENDÊNCIA: VÍCIO EM ÓDIO

Fernando Vieira Filho*

      O homem, de forma geral, combate à droga por ser nociva à saúde física e mental. Pois bem: vou colocar o ódio no mesmo patamar de uma droga potencialmente nociva e destruidora.
      Assim como a droga, o ódio também vicia, causa a dependência psicológica que é caracterizada por um estado mental da necessidade de ressentir sensações de decepção. 
      A “overdose” de ódio também pode matar a si mesmo (depressão, suicídio, câncer, infecções, doenças autoimunes, acidentes automobilísticos, paradas cardíacas e respiratórias, etc.) e aos outros (assassinatos, latrocínios, etc.).
        A compulsão para odiar, assim como a compulsão para usar drogas, se caracteriza por um estado de obsessividade e submissão que escraviza a vontade e submete o desejo da pessoa. Em alguns indivíduos, a compulsão para odiar é mais forte que sua vontade de amar, perdoar e até de viver - o ódio é que comanda sua vontade e seu corpo.
        Como disse o escritor irlandês Joseph Murphy (1898-1981), A personalidade odiosa, frustrada, distorcida e deformada está fora de sintonia com o Universo. Inveja os que têm paz, são felizes, generosos e alegres. Geralmente critica, condena e difama aqueles que lhe demonstraram generosidade, bondade e compaixão. Assume a seguinte atitude: ‘Por que ele deve ser tão feliz se eu sou tão desgraçado?’ Deseja atrair a todos para o seu próprio padrão de vida. O seu infortúnio necessita companhia.”
         O pensamento do viciado em ódio e suas expectativas giram, principalmente, em torno de uma maneira de odiar mais, de se apegar mais ao objeto de seu ódio e encontrar uma forma de espalhar este sentimento negativo em volta de si mesmo. Assim, atolando-se no “pântano” da autopiedade, o odiodependente corre o risco de entrar num estado agudo de depressão, que poderá levá-lo, consciente ou inconscientemente, a uma forma de autoeliminação – suicídio, acidentes ou doenças. Nesta fase, o ódio já ocupa o lugar central em sua vida e o submete de forma completa. Como disse o escritor norte-americano Hosea Ballou (1771-1852), "Odiar é punir-se a si mesmo".
      Na década de 30, o médico e psicanalista Sigmund Freud (1856-1939) já falava sobre a importância do ódio nos desequilíbrios - tanto mentais quanto físicos - do ser humano.
         É sempre bom lembrar que a pessoa que muito odeia é porque está com seu amor “ferido”, machucado, pisado.  
         E como tratar o odiodependente?
           Aqui entra minha experiência como psicoterapeuta e minha forma de tratamento: Geralmente, assim como os viciados em drogas, os viciados em ódio não querem ajuda e fazem sofrer as pessoas que com eles convivem.
        Condição importante: O odiodependente tem que se predispor ao tratamento, que segue os mesmos padrões de um toxicodependente, isto é, tratamento psicológico com um bom terapeuta que tenha uma visão holística/ sistêmica (visão integral do ser humano), e também com um bom médico psiquiatra para uma cobertura com medicação adequada, em situações que se fizerem necessárias, tais como o caso em que o paciente odiodependente esteja com sintomas de depressão aguda, na iminência de suicídio.
          É importante deixar claro que, em caso de depressão em fase aguda, a medicação farmacológica é necessária num primeiro momento, pois ela é fundamental para colocar “a casa interna” do paciente em ordem, trazendo, assim, uma estabilização emocional de forma rápida e eficaz. Desta forma, ele poderá dar início, através de um tratamento psicoterapêutico, à conscientização da emoção que o levou a “fazer” a depressão. Em minha prática psicoterapêutica, utilizo tratamentos complementares com Florais de Bach e Homeopatia que, juntos aos medicamentos alopáticos e a terapia, terão uma ação extremamente positiva na recuperação e harmonização emocional do paciente.
        Assim, a meu ver, a etapa mais importante no tratamento da odiodependência é a conscientização do seu ódio, para que o indivíduo tome a decisão do perdão.
       Voltando a Joseph Murphy, “Salientam os médicos que essas pessoas doentes, que foram magoadas, maltratadas, enganadas ou prejudicadas, estão cheias de ódio e ressentimento contra os que as feriram. Isso provoca feridas inflamadas e supuradas em seus subconscientes. Só há um remédio: elas têm que eliminar e descartar-se dos seus ferimentos e o único caminho seguro para isso é o perdão.
    Finalizando, lembre-se do que recomendou Jesus Cristo quando perguntaram a ele sobre quantas vezes devemos perdoar um ofensor: “Eu não vos digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes.”  Com isso, imagino que o Cristo, como um grande conhecedor da alma humana, quis dizer que devemos perdoar quantas vezes se fizerem necessárias.
        Afinal, o perdão que exercemos em relação a nós e aos outros é essencial para a nossa saúde, felicidade e sucesso.
 (*Fernando Vieira Filho é psicoterapeuta e autor do livro “CURE SUAS MÁGOAS E SEJA FELIZ!”, pela Barany Editora)     
(55 11) 99684-0463 (São Paulo e Brasil)
(55 34)  3077-2721 (Uberaba)


domingo, 9 de dezembro de 2012

Dr. Elias Barbosa fala sobre seu amigo Chico Xavier

Dr. Elias Barbosa (1937-2011), médico psiquiatra e escritor, faz palestra na cidade de São Sebastião do Paraíso-MG em dezembro de 2000. Fala sobre a vida e obra do médium Chico Xavier (1910-2002).

domingo, 19 de agosto de 2012

TRANSTORNO BIPOLAR - COMO VOCÊ IDENTIFICA E ENFRENTA

Além do tratamento médico e psicoterápico, recomendo o tratamento espiritual, com o Culto do Evangelho no Lar, diário e disciplinado. Pois sabemos que todo sofrimento mental, carrega em seu "bojo" a ação de entidades malévolas ou pouco esclarecidas.

Transtorno bipolar, antigamente era conhecido como psicose maníaco-depressiva, é uma doença mental grave caracterizada por mudanças de humor extremas e dramáticas. O humor oscila entre a mania (fase eufórica, a pessoa fala muito etc.) e a depressão (que neste caso, é caracterizada por desejos suicidas, comportamento imprevisível, humor triste e perigoso). Muitas pessoas com transtorno bipolar têm períodos de humor normal entre os episódios. Hoje, transtorno bipolar pode ser tratado com sucesso com o medicamento certo e uma honesta psicoterapia.
Você enfrentando o problema.
1. Você deve consultar um médico psiquiatra. Se achar que seu humor está oscilando de forma descontrolada (entre extremos altos e baixos intoleráveis), é possível que você tenha esse transtorno. Se você tem transtorno bipolar pode até gostar de seus episódios maníacos (eufóricos) porque eles fazem se sentir melhor do que nunca com mais energia. Por outro lado, a fase deprimida pode ser muito debilitante a ponto de você pensar em suicído ou provocar em si mesmo acidentes (de forma absolutamente, inconsciente).
2. Peça a sua família uma opinião, honesta,  sobre seu humor. Afinal, a maioria das pessoas bipolares, já nascem com esta desordem, ou seus sintomas já vem de longo tempo. Se sua condição é herdada, as chances são que você tenha crescido ao lado de um parente com esta doença e você pode acreditar que seu comportamento, é normal.
3. Consulte um profissional de saúde mental. Quem é mais qualificado para diagnosticar esse transtorno é um psiquiatra, que é médico e poderá prescrever uma medicação, se for necessário. Após uma estabilização propiciada pelos medicamentos, você poderá, com mais tranquilidade, iniciar uma psicoterapia, que o leverá a bons resultados. Fora a hereditariedade, os sintomas do transtorno bipolar  “podem” ser causados por um tumor, trauma craniano ou extremos emocionais. Mas um psicoterapeuta ou psiquiatra irá avaliar seu sofrimento mental com base em sua história familiar, seu humor e até mesmo seu estilo de vida e comportamentos, e principalmente, suas emoções.
Dicas & advertências
Você precisará tomar medicação para manter sua doença sob controle. Não pode, de forma alguma interromper o uso dos medicamentos de uma só vez (supetão). Pois isto acarretará um efeito rebote e, você corre o risco de voltar a apresentar episódios da doença, com a exarcebação dos sintomas, de forma violenta. Qualquer dúvida consulte, somente o seu médico. Evite escutar os “palpiteiros”.
A maioria pessoas não conseguem reconhecer que têm esta doença em si próprios. Precisam geralmente de um membro da família, amigo ou médico para reconhecer os sintomas do transtorno bipolar.
Episódios depressivos relacionados ao transtorno bipolar podem ser perigosos para vida sua vida. Não ignore esta doença porque você “aprecia” ter períodos de hipermania (supereuforia). Este é um transtorno perigoso que pode causar dor e danos a você e a seus entes queridos.
Ame-se e cuide-se.
(1)  Fernando Vieira Filho
Psicoterapeuta/Escritor
(55 11) 99684-0463 (São Paulo e Brasil)
(55 34)  3077-2721  (Uberaba)
www.harmoniacomflorais.com
http://curesuasmagoasesejafeliz.blogspot.com.br/

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

DIVERSIDADE

"E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos." - Paulo. (I CORÍNTIOS, 12:6.)

Sem luz espiritual no caminho, reduz-se a experiência humana a complicado acervo de acontecimentos sem sentido.

Distantes da compreensão legítima, os corações fracos interpretam a vida por mera penitência expiatória, enquanto os cérebros fortes observam na luta planetária desordenada aventura.

A peregrinação terrena, todavia, é curso preparatório para a vida mais completa. Cada espírito exercita-se no campo que lhe é próprio, dilatando a celeste herança de que é portador.

A Força Divina está operando em todas as inteligências e superintendendo todos os trabalhos.

É indispensável, portanto, guardarmos muito senso da obra evolutiva que preside aos fenômenos do Universo.

Não existem milagres de construção repentina no plano do espírito, como é impossível improvisar, de momento para outro, qualquer edificação de valor na zona da matéria.

O serviço de iluminação da mente, com a elevação dos sentimentos e raciocínios, demanda tempo, esforço, paciência e perseverança. Daí, a multiplicidade de caracteres a se aprimorarem na oficina da vida humana, e, por isso mesmo, a organização de classes, padrões e esferas em número infinito, obedecendo aos superiores desígnios do Pai.

É necessário, pois, que os discípulos da Revelação Nova, com o Cristianismo redivivo, aprendam a valorizar a oportunidade do serviço de cada dia, sem inquietudes, sem aflições. Todas as atividades terrestres, enquadradas no bem, procedem da orientação divina que aproveita cada um de nós outros, segundo a posição em que nos colocamos na ascensão espiritual.

Toda tarefa respeitável e edificante é de origem celeste. Cada homem e cada mulher, pode funcionar em campos diferentes, no entanto, em circunstância alguma deveremos esquecer a indiscutível afirmação de Paulo, quando assevera que "há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos".

 XAVIER, Francisco Cândido. Do livro: Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 96.

sábado, 28 de julho de 2012

E a Vida Continua

Vamos a este belo filme que estréia no dia dia 14 de setembro. Baseado no livro de  mesmo nome de André Luiz, psicografado por Chico Xavier.

INSTRUÇÕES PSICOFÔNICAS

Recomendo a todos mais esta beliíssima produção de Oceano Vieira de Melo - 3 DVDs Instruções Psicofônicas, baseado no livro psicografado por Chico Xavier de mesmo nome.

sábado, 19 de maio de 2012

ANENCEFALIA e o direito de nascer

Por Joanna de Angelis  

(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica da noite de 11 de abril de 2012, quando o Supremo Tribunal de Justiça, estudava a questão do aborto do anencéfalo, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)
Nada no Universo ocorre como fenômeno caótico, resultado de alguma desordem que nele predomine. O que parece casual, destrutivo, é sempre efeito de uma programação transcendente, que objetiva a ordem, a harmonia.
De igual maneira, nos destinos humanos sempre vige a Lei de Causa e Efeito, como responsável legítima por todas as ocorrências, por mais diversificadas apresentem-se.
O Espírito progride através das experiências que lhe facultam desenvolver o conhecimento intelectual enquanto lapida as impurezas morais primitivas, transformando-as em emoções relevantes e libertadoras.
Agindo sob o impacto das tendências que nele jazem, fruto que são de vivências anteriores, elabora, inconscientemente, o programa a que se deve submeter na sucessão do tempo futuro.
Harmonia emocional, equilíbrio mental, saúde orgânica ou o seu inverso, em forma de transtornos de vária denominação, fazem-se ocorrência natural dessa elaborada e transata proposta evolutiva.
Todos experimentam, inevitavelmente, as consequências dos seus pensamentos, que são responsáveis pelas suas manifestações verbais e realizações exteriores.
Sentindo, intimamente, a presença de Deus, a convivência social e as imposições educacionais, criam condicionamentos que, infelizmente, em incontáveis indivíduos dão lugar às dúvidas atrozes em torno da sua origem espiritual, da sua imortalidade.
Mesmo quando se vincula a alguma doutrina religiosa, com as exceções compreensíveis, o comportamento moral permanece materialista, utilitarista, atado às paixões defluentes do egotismo.
Não fosse assim, e decerto, muitos benefícios adviriam da convicção espiritual, que sempre define as condutas saudáveis, por constituírem motivos de elevação, defluentes do dever e da razão.
Na falta desse equilíbrio, adota-se atitude de rebeldia, quando não se encontra satisfeito com a sucessão dos acontecimentos tidos como frustrantes, perturbadores, infelizes...
Desequipado de conteúdos superiores que proporcionam a autoconfiança, o otimismo, a esperança, essa revolta, estimulada pelo primarismo que ainda jaz no ser, trabalhando em favor do egoísmo, sempre transfere a responsabilidade dos sofrimentos, dos insucessos momentâneos aos outros, às circunstâncias ditas aziagas, que consideram injustas e, dominados pelo desespero fogem através de mecanismos derrotistas e infelizes que mais o degrada, entre os quais o nefando suicídio.
Na imensa gama de instrumentos utilizados para o autocídio, o que é praticado por armas de fogo ou mediante quedas espetaculares de edifícios, de abismos, desarticula o cérebro físico e praticamente o aniquila...
Não ficariam aí, porém, os danos perpetrados, alcançando os delicados tecidos do corpo perispiritual, que se encarregará de compor os futuros aparelhos materiais para o prosseguimento da jornada de evolução.
*
É inevitável o renascimento daquele que assim buscou a extinção da vida, portando degenerescências físicas e mentais, particularmente a anencefalia.
Muitos desses assim considerados, no entanto, não são totalmente destituídos do órgão cerebral.
Há, desse modo, anencéfalos e anencéfalos.
Expressivo número de anencéfalos preserva o cérebro primitivo ou reptiliano, o diencéfalo e as raízes do núcleo neural que se vincula ao sistema nervoso central…
Necessitam viver no corpo, mesmo que a fatalidade da morte após o renascimento, reconduza-os ao mundo espiritual.
Interromper-lhes o desenvolvimento no útero materno é crime hediondo em relação à vida. Têm vida sim, embora em padrões diferentes dos considerados normais pelo conhecimento genético atual...
Não se tratam de coisas conduzidas interiormente pela mulher, mas de filhos, que não puderam concluir a formação orgânica total, pois que são resultado da concepção, da união do espermatozoide com o óvulo.
Faltou na gestante o ácido fólico, que se tornou responsável pela ocorrência terrível.
Sucede, porém, que a genitora igualmente não é vítima de injustiça divina ou da espúria Lei do Acaso, pois que foi corresponsável pelo suicídio daquele Espírito que agora a busca para juntos conseguirem o inadiável processo de reparação do crime, de recuperação da paz e do equilíbrio antes destruído.
Quando as legislações desvairam e descriminam o aborto do anencéfalo, facilitando a sua aplicação, a sociedade caminha, a passos largos, para a legitimação de todas as formas cruéis de abortamento.
...E quando a humanidade mata o feto, prepara-se para outros hediondos crimes que a cultura, a ética e a civilização já deveriam haver eliminado no vasto processo de crescimento intelecto-moral.
Todos os recentes governos ditatoriais e arbitrários iniciaram as suas dominações extravagantes e terríveis, tornando o aborto legal e culminando, na sucessão do tempo, com os campos de extermínio de vidas sob o açodar dos mórbidos preconceitos de raça, de etnia, de religião, de política, de sociedade...
A morbidez atinge, desse modo, o clímax, quando a vida é desvalorizada e o ser humano torna-se descartável.
As loucuras eugênicas, em busca de seres humanos perfeitos, respondem por crueldades inimagináveis, desde as crianças que eram assassinadas quando nasciam com qualquer tipo de imperfeição, não servindo para as guerras, na cultura espartana, como as que ainda são atiradas aos rios, por portarem deficiências, para morrer por afogamento, em algumas tribos primitivas.
Qual, porém, a diferença entre a atitude da civilização grega e o primarismo selvagem desses clãs e a moderna conduta em relação ao anencéfalo?
O processo de evolução, no entanto, é inevitável, e os criminosos legais de hoje, recomeçarão, no futuro, em novas experiências reencarnacionistas, sofrendo a frieza do comportamento, aprendendo através do sofrimento a respeitar a vida…
*
Compadece-te e ama o filhinho que se encontra no teu ventre, suplicando-te sem palavras a oportunidade de redimir-se.
Considera que se ele houvesse nascido bem formado e normal, apresentando depois algum problema de idiotia, de hebefrenia, de degenerescência, perdendo as funções intelectivas, motoras ou de outra natureza, como acontece amiúde, se também o matarias?
Se exercitares o aborto do anencéfalo hoje, amanhã pedirás também a eliminação legal do filhinho limitado, poupando-te o sofrimento como se alega no caso da anencefalia.
Aprende a viver dignamente agora, para que o teu seja um amanhã de bênçãos e de felicidade.                       

domingo, 11 de março de 2012

Reflexões sobre a “Ingratidão dos filhos e os laços de família”


Por Dr. Elias Barbosa (1)


Se formos observar, em toda a Obra Kardequiana as mensagens de Aurélio Agostinho se relacionam sempre com a família, porque Santo Agostinho passou por sérios problemas familiares durante sua vida. Em primeiro lugar com relação ao seu pai, Patrício. O pai de Santo Agostinho era um homem complicado, com uma vida um pouco desregrada e um tanto quanto livre. Patrício era funcionário na prefeitura de Tagaste - na época província romana, hoje é a atual Argélia - mas ele se interessava pelo filho, notava que Aurélio Agostinho era muito inteligente, e queria que ele fosse estudar, fazer um curso, como a maioria dos pais desejam para seus filhos.

Graças à generosidade de um amigo de grandes posses de seu pai, chamado Romaniano, Aurélio Agostinho foi enviado para a cidade de Cartago, também na África, para estudar retórica. Nesse meio tempo, Agostinho arranjou uma namorada com a qual teve um filho chamado Adeodato (que significa a presença de Deus), que ele assumiu prontamente. E isso é da mais alta importância, porque nos sabemos que dentro da Doutrina Espírita, espíritos como Emmanuel, André Luiz e outros que comunicaram através de Chico Xavier, sempre chamaram a atenção para o sexo responsável.

Agostinho, portanto, assumiu e cuidou do menino. Mas a mãe de Aurélio Agostinho - Monica, posteriormente, Santa Monica - tinha uma ligação muito grande com ele; não diríamos incestuosa, mas uma ligação que Freud explicou com certa clareza em seu Complexo de Édipo. Ela se preocupava com exagero e ficou completamente arrasada com aquela situação do filho.

Mônica pertencia à raça berbere, que até hoje existe no norte da África, de nômades, e ela, mulher muito complicada, carregava certos costumes, como, por exemplo, levar comida para os familiares que haviam morrido colocando em suas sepulturas.

Aurélio Agostinho procurou de todas as formas, fazer com que sua mãe mudasse seu comportamento apegado, suas atitudes, mas em vão. A única coisa solução que ele encontrou foi se transferir para Roma – ele era professor de retórica nessa época. Mas para viajar ele teve que usar um artifício, uma mentira, que depois, com certeza, trouxe para ele um sentimento de culpa. Quando ia viajar para a capital do império, a mãe dele, um tanto quanto desconfiada, não desgrudava do filho e, o acompanhou até o porto. Aí então, Agostinho pediu à sua mãe que entrasse num templo que havia ali perto e fizesse uma oferenda e, disse a ela que iria até o navio ancorado levar uma “encomenda” para um amigo - era mentira. Na embarcação já estavam a sua mulher e o filho Adeodato, aguardando para partirem rumo a Roma. E naturalmente Agostinho não voltou. Ele deixou sua mãe “esperando” e seguiu viagem. Tempos depois, sua mãe, Mônica, também seguiu para Roma.

Em Roma, um grande amigo de Aurélio Agostinho, Alípio, queria que ele se casasse com uma garota de 12 anos, ele que já era um homem de 33 anos, e Agostinho falou ao amigo: “Eu não posso fazer isso, é um absurdo!”. E continuou com a namorada, mãe de seu filho, até que, certo dia, a senhora sua mãe chegou a Roma e exigiu que Aurélio mandasse sua mulher de volta para África e que não continuasse com aquele relacionamento de concubinato.

Veja, caro leitor, que relacionamento familiar é um assunto muito sério na vida de Santo Agostinho.

Há um livro de Aurélio Agostinho – “De Magistro” - em que o seu filho Adeodato participa do diálogo e, aí notamos que o garoto era de uma inteligência brilhante. Adeodato morreu com 16 anos de idade. Nesta época, Agostinho entrou numa depressão muito grave e, então, ele foi para um retiro campestre pensar em sua vida, encontrar um propósito para sua vida. Até que seu grande amigo Alípio sugeriu a ele que fosse para uma grande praça e lesse trechos das epístolas de Paulo e, assim ele fez. Abrindo a esmo a parte das epístolas, caiu no versículo Romanos 13:13, que diz: “Andemos honestamente, como de dia: não em glutonarias e bebedeiras, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e inveja”. Enquanto ele lia, ouviu uma voz de criança, que ele não sabia se era uma menina ou um menino, que apenas disse: “Toma e lê”. Ele abriu o Evangelho e sentiu que a partir daquele momento precisava seguir o Cristo. Havia necessidade, realmente, de mudar o rumo de sua vida. Assim, Aurélio Agostinho recebeu o amparo do bispo daquela localidade que propiciou meios e condições para ele estudar as Escrituras Sagradas e a vida dele prosseguiu, com sua mãe junto a ele, com seu amor doentio.

É bom saber disso para que pensemos na questão do apego (exagerado) que a maioria das mães tem pelos filhos. Sempre digo que a mãe não tem que se apegar aos filhos. A mãe tem que valorizar o marido e, deixar os filhos, para que eles sejam filhos do mundo. Tanto que há um médico italiano autor de um livro já traduzido para o português, em que ele cita o caso de outro médico que recebeu na condição de filho uma criança com severo retardo mental e, mesmo assim, este médico agradeceu a Deus por ter tido aquele filho, porque ele sabia que o único filho que é realmente do papai e da mamãe é aquele que tem um retardamento mental ou outras doenças incapacitantes. Filhos saudáveis são filhos do mundo! Em minha opinião, isso é muito importante para tomarmos cuidado com a forma como falamos dos filhos, porque, nós pais, temos a mania de dizer: “Meu filho, minha filha” e na verdade deveríamos falar: “Meu irmão, minha irmã” - que estão na condição atual de filho e filha. Somos todos filhos de Deus. A nossa mania de dizer “o meu isso, o meu aquilo” ocorre porque temos a tendência do amor possessivo.

O psicanalista alemão Erich Fromm nos mostra em seu livro a “Arte de Amar” que o amor possessivo é um amor infantil, imaturo, e este amor apenas prejudica as pessoas. O amor verdadeiro, maduro, deixa a pessoa amada livre para que possa seguir seu caminho. É libertador.

Mas voltando a Aurélio Agostinho, quando sua mãe faleceu em Roma, houve com ele um fenômeno mediúnico: ele viu o espírito da mãe e novamente entrou numa fase de depressão por causa desta situação. Observe, caro leitor, que Aurélio Agostinho precisava realmente escrever sobre a família porque ele viveu situações familiares um tanto quanto complicadas.
Agostinho foi contemporâneo de São Jerônimo – tradutor da Bíblia do grego para o latim - e ele, seguindo as ideias deste santo, passou a combater o sexo. Aurélio Agostinho tinha um bloqueio nesta área por causa de sua mãe, que, de forma inconsciente causou nele o que a psicanálise chama de “castração psicológica”. Assim, muito preocupado, passou a partir desta época a combater o sexo e chegou até a dizer: “O sexo está entre fezes e urina”, sendo que, como todos sabem, é através do sexo que o processo da reencarnação se processa.

Conhecendo melhor a vida de Santo Agostinho, é muito importante nos lembrarmos daquilo que ele diz sobre a ingratidão: “Quando eu sinto que uma pessoa agiu com ingratidão a meu respeito é porque o que eu fiz para aquela pessoa foi por orgulho, por interesse. Se faço alguma coisa a alguém com desprendimento eu jamais vou sentir ou achar que aquela pessoa é ingrata, ela naturalmente não me agradeceu, mas eu não estou preso à necessidade de agradecimento”.

Portanto, meus irmãos, o item do Capítulo 14 do Evangelho Segundo o Espiritismo intitulado “A ingratidão dos filhos e os laços de família”, escrito por Santo Agostinho, em Paris, 1862, vem mostrar que os filhos são espíritos que vem ao nosso encontro para acerto de contas - a grande maioria -, e outros para nos auxiliarem, nos darem forças, para que possamos prosseguir em nossa jornada, vencer aqueles obstáculos, superar aquelas dificuldades que nós não vencemos em vidas passadas.

Por conseguinte, nós, espíritas, precisamos estudar a Doutrina Espírita para entendermos essa mecânica da ligação do filho com a mãe e da ligação da filha com o pai, e compreendermos que o Complexo de Édipo, estudado por Sigmund Freud, pode ser explicado à luz da Doutrina Espírita, que dá explicação para tudo. No livro "Obreiros da Vida Eterna”, de André Luiz, através de Chico Xavier, nas páginas 32 a 34, há uma palestra no Nosso Lar do Dr. Barcellos, psiquiatra desencarnado, para várias pessoas, dentre elas André Luiz. E o Dr. Barcellos afirma que: “O que falta a Freud e seus seguidores é a noção dos princípios reencarnacionistas...”

Assim, lembremos que é preciso estudar a Doutrina Espírita todos os dias, imitar o nosso Chico Xavier que lia Allan Kardec diariamente. Devemos também ler e percorrer os livros recebidos por Chico Xavier e reler os livros não só de Emmanuel e André Luiz, mas também os livros dos poetas – “Antologia dos Imortais”, “O Parnaso de Além-Túmulo” etc.

Mas por que os poetas? Porque na poesia a comunicação é direta do inconsciente do poeta para o inconsciente do leitor. Isso explica a dificuldade das pessoas em ler poesias, pois elas podem ter medo de que o poeta leve até elas alguma coisa que seu inconsciente teme aceitar. Por exemplo, quando lemos as poesias de Cornélio Pires, aqueles personagens dele, na verdade, somos nós, ele usa aqueles nomes caipiras e roceiros, situações engraçadas e pitorescas para mostrar nossa realidade que, muitas vezes, não queremos ver.

Portanto agradeçamos a Deus poder estudar a Doutrina Espírita e peçamos a Ele para que continuemos firmes na prática do bem tanto quanto possível, sempre nos identificando com o Cristo em Espírito e Verdade! (2) (3)

(1) Dr. Elias Barbosa é médico psiquiatra, professor e escritor espírita, nascido em 1934 e desencarnado em 2011.
(2) Esse trecho foi transcrito de uma palestra realizada por Dr. Elias Barbosa, quando ele comentava o Capítulo XIV de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, item 9 – Instruções dos Espíritos – “A ingratidão dos filhos e dos laços de família”, ditado por Santo Agostinho, Paris, 1862.
(3) Transcrição feita por Fernando Ferreira Filho, genro do Dr. Elias Barbosa.

quinta-feira, 1 de março de 2012

SINOPSE DO LIVRO MISSIONÁRIOS DA LUZ


Por Marco Aurélio Rocha(1)

Essa obra descreve vários processos mediúnicos e como se desenvolvem as providências do plano espiritual, antes, durante e após as reuniões mediúnicas. Nelas, são pormenorizados atendimentos a encarnados e desencarnados, sobressaindo preciosos ensinamentos.
Há descrição da sublimidade da reencarnação de um espírito, a partir da obra-prima que é a fecundação.
Raramente se encontrará na literatura espírita fonte igual de ensinamentos sobre a programação da existência terrena, que afinal de contas, não passa de uma etapa da bênção maior que é a vida!

SINOPSE - Capítulo a Capítulo

Cap 1 – O psicógrafo – É detalhada a participação de Espíritos protetores na reunião mediúnica, particularmente quanto à psicografia, cujos mecanismos psicossomáticos são detalhados. Muito útil aos médiuns psicógrafos.

Cap 2 – A epífise – É a glândula da vida mental. Segrega “hormônios psíquicos”: As funções espirituais dessa glândula, denominada “pineal” (forma de pinha) são trazidas para os ensinos espíritas, S.M.J., pela primeira vez. Tem potencial magnético controlador das glândulas genitais. Atua qual poderosa usina segregando unidades-força nas energias geradoras. É, sobretudo, a glândula da vida espiritual do homem encarnado.

Cap 3 – Desenvolvimento mediúnico – Demonstra as providências da Espiritualidade, preceden-tes à reunião mediúnica propriamente dita. Médiuns, à visão espiritual, apresentavam: um, "bacilos psíquicos" (larvas) da tortura sexual; outro, intoxicação alcoólica ampla, tendo pequeninas figuras horripilantes, vorazes, ao longo da veia porta...; uma médium, com o ventre superlotado de alimentação, vítima da excessiva alimentação, trazia voracíssimas lesmas (parasitos destruidores).

Cap 4 - Vampirismo – A. Luiz inaugura, no Espiritismo, o emprego das palavras "vampi-ro/vampirismo", quando trata de obsessor/obsessão (desencarnado, ainda rudemente fixado às sensações físicas, roubando energias e sensações deletérias de encarnado viciado em alcoolismo, tabagismo, toxicomania, sexo desvairado e, de forma geral, nos demais vícios);
- é registrado o problema da alimentação de carne e dedica especial atenção ao tratamento do ser humano para com os animais, acenando com uma "nova era", quando o homem cultivará o solo com amor e os respeitará (aos animais);

Cap 5 – Influenciação – Comentários sobre os Espíritos desencarnados, exploradores, que aguardam à porta dos Centros Espíritas a saída dos médiuns invigilantes... E ainda, sobre o abandono das reuniões mediúnicas, por parte dos médiuns...

Cap 6 – A oração – A.Luiz rememora suas atividades de médico terreno. Agora, diante de um “doente da alma”, vampirizado, como atendê-lo?... O Instrutor espiritual, em resposta, demonstra como a prece constrói fronteiras vibratórias: a oração é o mais eficiente antídoto do vampirismo. Há preciosa informação sobre os bilhões de raios cósmicos que a cada minuto descem sobre a fronte humana, oriundos do solo, da água, dos metais, dos vegetais, dos animais e dos próprios seme-lhantes — todos, sem contar os raios solares, caloríficos e luminosos; igualmente, emanam sobre cada um de nós, os terrenos, trilhões de raios psíquicos(!)

Cap 7 – Socorro Espiritual – É lecionado que à noite há mais facilidade para ajuda espiritual, quando os raios solares diretos não desintegram certos recursos dos cooperadores espirituais. Também é à noite que os encarnados sofrem os fenômenos desastrosos mais sérios da circulação, pela invigilância na criação de fantasmas cruéis, no campo vivo do pensamento.
O capítulo registra um caso de "moratória" (enfermo grave, prestes à desencarnação, que recebe energias que lhe acrescentam mais 5 meses de existência terrena).

Cap 8 – No plano dos sonhos – É citado o curso espiritual ministrado por Instrutor espiritual a 300 (trezentos) alunos, encarnados e desdobrados pelo sono, dos quais apenas 32 (trinta e dois) assimilam as lições. É sugerido como o sono pode ser excelente oportunidade de boas realizações e de aprendizado, além da chance de reencontro com parentes ou amigos desencarnados. Há o relato singular do pavor-pesadelo de um encarnado que ao dormir depara-se com um amigo desencarnado, sobre o qual fizera alusões desabonadoras durante o dia...

Cap 9 – Mediunidade e fenômeno – O capítulo explana sobre a necessidade de planejamento, disciplina e construtividade para todos os candidatos às atividades mediúnicas, os quais se iniciarão com trabalhos em pequenas tarefas, para depois, progressivamente, alcançarem grandes obras. Há interessantíssimo registro: o Espírito de Verdade é Jesus(!).
O desenvolvimento mediúnico não deve ser provocado. As expressões fenomênicas nos trabalhos mediúnicos deverão estar em plano secundário, pois o Espírito é tudo.

Cap 10 – Materialização – Mostra-nos este capítulo como Sessões de Materialização são trabalhosas, expondo seus grandes riscos para os médiuns, tendo em vista que poucos reúnem as condições espirituais que elas exigem: valores morais legitimamente consolidados.

NOTA: Lembramos aos leitores que estávamos em 1945 — reuniões de materialização aconteci-am quase como rotina... e ainda por cima, em residências...

Cap 11 – Intercessão – Atendendo à solicitação pungente de uma viúva (encarnada, desdobrada pelo sono) o Instrutor, levando A.Luiz, vai à residência dela. Lá, se deparam com inúmeros Espíritos desencarnados, familiares diversos, atraídos pelas vibrações pesadas e doentias dos encarnados. Esses Espíritos estavam envolvidos em círculos escuros, à mesa de refeições da família, absorvendo as emanações dos alimentos (pelas narinas). É explicado como tal se proces-sa: vampirização recíproca... É-nos mostrado o terrível ambiente de um matadouro, com Espíritos desencarnados atirando-se vampirescamente ao sangue dos animais abatidos. O capítulo mostra ainda o martírio de um suicida, atormentado pelo remorso de ter assassinado um amigo para roubar-lhe a noiva.

Cap 12 – Preparação de experiências – Registra providências no Planejamento de Reencarna-ções e os mapas dos futuros corpos físicos; trata ainda do interessante e raríssimo caso dos "completistas" (encarnados que aproveitam todas as oportunidades de evolução).
A medicina do futuro, certamente levará em conta o psiquismo, identificando-o como responsável, senão por todas, mas pela maioria das patologias.

Cap 13 – Reencarnação – (seguramente o mais importante de todo o livro) - Após comentários sobre o perdão e o sexo, descreve a sublimidade que é a reencarnação de um Espírito, a partir da obra-prima que é a fecundação. É focalizada a interessantíssima questão das “fecundações físicas” e das “fecundações psíquicas”, aquela, nascendo das uniões físicas, no domínio das formas, e esta, das uniões espirituais, nos resplandecentes domínios da alma. Somos informados que o corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, está fortemente radicado no sangue(!).

NOTA: Raramente se encontrará na literatura espírita fonte igual de ensinamentos sobre a programação da existência terrena, que afinal de contas, não passa de uma etapa da bênção maior que é a vida !

Cap 14 – Proteção – É citado que muitos são os casais “sem a coroa dos filhos”, por terem agido egoisticamente, desde o presente ou em vidas passadas. Há a informação sobre a reencarnação, que só se completa por volta de sete anos do parto.
É descrita a proteção espiritual na fase fetal e embrionária do ser humano.
Cap 15 – Fracasso – O capítulo é de grande densidade dramática, narrando como uma gravidez é interrompida por invigilância (aborto indireto) da mulher grávida que o pratica pela terceira vez: sai pela noite, em busca de prazeres mundanos; no amanhecer, perde aquele que lhe seria filho (o aborto é-lhe incensado por Espíritos que a vampirizavam e que por isso mesmo não lhe admitiam ser mãe, já que com um filho, não mais lhes daria atenção...).

Cap 16 – Incorporação – O capítulo demonstra todo o processo da psicofonia ("incorporação"). Um Espírito desencarnado é levado à reunião mediúnica do mesmo grupo de médiuns que participava, quando encarnado. A médium que o atenderá na reunião (à noite), horas antes tem graves problemas conjugais (marido alcoólico) e é-nos demonstrado o abençoado apoio espiritual que ela então recebe, mercê do seu devotamento.

Cap 17 – Doutrinação – Ao doutrinar Espíritos os médiuns acabam doutrinando-se...
Aqui vemos o Espírito de um sacerdote ser doutrinado por interferência de sua mãe (também desencarnada) que se responsabilizava por tê-lo induzido ao sacerdócio, quando encarnados, sendo que, ao contrário, ele renascera para elevada tarefa no campo da filosofia espiritualista. É citada uma interessante contrapartida das sessões de materialização: quando elas acontecem no Plano Espiritual, para que desencarnados sofredores sejam atendidos na doutrinação... por encarnados. Há explicações sobre a ocorrência da doutrinação, nas reuniões mediúnicas, justifi-cando porque às vezes ela precisa ser realizada por encarnados (doam seu “magnetismo huma-no”).

NOTA: O capítulo mostra como a Espiritualidade atende dois Espíritos necessitados:
- o primeiro desconhece a própria morte — vê, à distância, seus despojos em decomposição;
- o segundo, quer agredir aos encarnados, com auxílio da médium — vê-se diante de um esqueleto, de terrível aspecto (composto pelos Espíritos Instrutores), desistindo da agressão. Na nossa opinião, tão forte recurso de convencimento requer enorme prudência na sua aplicação por médiuns doutrinadores encarnados, pelo que o desaconselhamos.

Cap 18 – Obsessão – Trata da obsessão e da desobsessão: vários vingadores, sendo previamente doutrinados no Plano Espiritual, antes de se manifestarem pelos médiuns.
O capítulo sugere extrema cautela aos médiuns lidadores das obsessões, muitos dos quais adiantam diagnósticos apressados e fazem promessa de curas no campo físico...

Cap 19 – Passes – É narrado o caso de um encarnado, renitente na invigilância, que após ser atendido por dez vezes com socorro completo, será deixado entregue a si mesmo, só voltando a ser socorrido pela Espiritualidade após adotar nova resolução: receberá, por ora, alguma melhora, apenas.
Trata o capítulo, de forma detalhada, dos passes — especifica a necessidade de conhecimentos especializados, além de critério e responsabilidade por parte dos passistas.Ao serem descritas várias modalidades de passes, com movimentos das mãos, de alto a baixo, rotatórios e longitudinais, isso parece induzir-nos a ter muita cautela quando quisermos avançar críticas às técnicas dos passes...

Cap 20 – Adeus – O Instrutor espiritual irá para estágio em esferas mais altas.
Antes, promove reunião em “Nosso Lar” para as despedidas com seus inúmeros alunos, dentre os quais A.Luiz. Comovidos, todos, vêem o abnegado Instrutor orar com infinita beleza, “como se conversasse com o Mestre presente, embora invisível”.

(1) Marco Aurelio Rocha http://marcoaureliorocha5.blogspot.com

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

NAS FRONTEIRAS DA LOUCURA - 14ª ed.

Caros amigos, ao terminar a leitura do livro “Nas Fronteiras da Loucura” escrito pelo médico baiano, já desencarnado, Dr. Manoel Philomeno Batista de Miranda (1876-1942). Resolvi transcrever o prefácio desta importante obra, junto, ao texto do espírito André Luiz, intitulado “Explicações”.
Portanto desejo a todos, uma boa leitura e reflexão. Fernando Vieira Filho(1)

“É muito diáfana a linha divisória entre a sanidade e o desequilíbrio mental.
Transita-se de uma para outro lado com relativa facilidade, sem que haja, inicialmente, uma mudança expressiva no comportamento da criatura.
Ligeira excitação, alguma ocorrência depressiva, uma ansiedade, ou um momento de mágoa, a escassez de recursos financeiros, o impedimento social, a ausência de trabalho digno entre muitos outros fatores, pode levar o homem a transferir-se para outra faixa da saúde mental, alienando-se, temporariamente, e logo podendo retornar a posição regular, a de sanidade.
Problemas de ordem emocional e psicológica, mais costumeiramente conduzem a estados de distonia psíquica, não produzindo maiores danos, quando não se deixa que se enraízem ou que constituam causa de demorado trauma.
Vivendo-se numa sociedade em que as neuroses e as psicoses campeiam desenfreadas, vitimando um número cada vez maior de homens indefesos, as balizas demarcatórias dos distúrbios mentais fazem-se mais amplas.
Há, no entanto, além dos fatores que predispõem a loucura e dentre os quais situamos o carma do Espírito, nos quais se demoram incontáveis criaturas em plena fronteira, a obsessão espiritual, que as impulsiona a darem o passo adiante, arrojando-as no desfiladeiro da alienação de largo porte e de difícil recuperação...
São sexólatras, os violentos, os exagerados, os dependentes, de viciações de qualquer natureza, os pessimistas, os invejosos, os amargurados, os suspeitosos incondicionais, os ciumentos, os obsidiados, que mais facilmente transpõem os limites da saúde mental...
Não nos desejamos referir aqueles que são portadores de patogenias mais imperiosas em razão de enfermidades graves, da hereditariedade, de distúrbios glandulares e orgânicos, de traumas cranianos e de seqüelas de inúmeras doenças outras...
Queremos deter-nos nas psicopatogêneses espirituais, sejam as de natureza emocional, pelas aptidões e impulsos que procedem das reencarnações transatas, de que os enfermos não se liberam, seja pelo impositivo das obsessões infelizes, produzidas por encarnados ou por espíritos que já se despiram da indumentária carnal, permanecendo, no entanto, nos propósitos inferiores a que se aferram...
A obsessão é uma fronteira perigosa para a loucura irreversível.
Sutil e transparente, a princípio, agravam-se em razão da tendência negativa com que a agasalha o infrator dos soberanos Códigos da Vida.
Dando gênese a enfermidades várias, inicialmente imaginarias que recebe por via telepática, pode transformar-se em males orgânicos de conseqüências insuspeitadas, ao talante do agente perseguidor que induz a vítima que o hospeda, a situações lamentáveis.
Comportamentos que se modificam, assumindo posições e atitudes estranhas, mórbidas, exprimem constrição de mentes obsessoras sobre aqueles que se lhes submetem, mergulhando em fosso de sombras e de penoso transito...
Há muito mais obsessão, grassando na Terra, do que imagina e se crê.
Mundo este que é de intercâmbio mental, vivo e pulsante, cada ser sintoniza com outro equivalente, prevalecendo, por enquanto, os teores mais pesados de vibrações negativas, que perturbam gravemente a economia psíquica, social e moral dos homens que nele habitam.
Não obstante, a vigilância do amor de Cristo Jesus atua positiva, laborando com eficiência, a fim de que se modifiquem os dolorosos quadros da atualidade, dando surgimento a uma fase nova de saúde e paz.
Nesse contexto, o Espiritismo – que é o mais eficaz e fácil tratado de Higiene Mental – desempenha um relevante papel, qual seja o de prevenir o homem dos males que ele gera para si mesmo e lhe cumpre evitar, como facultando-lhe os recursos para superar a problemática obsessiva, ao mesmo tempo apoiando e enriquecendo os nobres profissionais e missionários da Psicologia, da Psiquiatria, da Psicanálise...
Neste livro procuramos examinar algumas técnicas obsessivas de entidades perversas, que ainda se comprazem no mal, estimulando os sentimentos e paixões inferiores, tanto quanto alguns outros métodos e terapias desobsessivas ministradas pelos Mentores Espirituais e demais abnegados prepostos de Jesus nesta batalha do bem, da luz contra a treva.
Desfilam, nas páginas que se irão ler vidas e criaturas que encontravam nas fronteiras da loucura e que forma amparadas, reconduzidas ao equilíbrio, quanto outras que se vitimaram, oferecendo-se preciosas lições que devem ser incorporadas ao cotidiano de cada um de nós.
Sobretudo, destacamos o esforço e a dedicação dos Mensageiros do bem e da paz, na faina infatigável de ajudar, ensinando pelo exemplo a lição de fé viva e da caridade plena...”
Manoel Philomeno de Miranda, em 24/02/1982.

EXPLICAÇÃO (por André Luiz)
A desmontagem da obsessão é trabalho milenar sobre a Terra. Por isso mesmo, não se atribuí a um tarefeiro único a obrigação de erradicá-la no caminho dos homens.
Manoel Philomeno de Miranda é um batalhador que penetra no campo de serviço criando novos sistemas de trabalho e novos planos de ação para que seno extinga semelhante flagelo no mundo físico. Que a sua tarefa frutifique em benção de libertação e que o Senhor a todos nos fortaleça e nos abençoe.
André Luiz, por Chico Xavier em 15/05/1982.

Assim caro leitor, acredito que as sessões de desobessão, nas Casas Espíritas, devem ser feitas dentro do maior rigor doutrinário, evitando, no momento da sessão, estudos e comentários de obras que não sejam de Allan Kardec. Lembrando que o trabalho de desobsessão é um exercício de caridade, compaixão e desprendimento absoluto, em favor das Entidades em sofrimento, sejam elas encarnadas ou desencarnadas. No esquecendo da Terapia do Evangelho, isto é, fazer o Culto do Evangelho no Lar, todos os dias. Porque a leitura do Evangelho, assim como, de qualquer outro livro, antes do sono, “forra” o nosso subconsciente, de forma positiva ou negativa, conforme o que lemos. E ainda, é de bom alvitre lembrar, tudo aquilo, que fazemos a outrem, estamos fazendo por nós mesmos.

(1) Fernando Vieira Filho é psicoterapeuta, é especialista em Terapia com Florais de Bach e autor do livro - Cure suas Mágoas e Seja Feliz! - Barany Editora - São Paulo 2012
(55 11) 99684-0463 (São Paulo e Brasil)
(55 34)  3077-2721  (Uberaba)